| Resumo: | As universidades deveriam ser constituídas na consciência crítica da sociedade, e nessa qualidade, ser o principal instrumento para a promoção das transformações necessárias, uma vez que o processo social é de natureza predominantemente política. De acordo com o autor, na prática, as universidades falharam em cumprir essa função renovadora. Como conseqüência desse processo global, a universidade tende a se isolar na execução de suas atividades, também quando se propõe a se incorporar a movimentos sociais. Os claustros do passado sobreviveram aos dias atuais, modificados, mas ainda presentes. Nesse contexto deve considerar-se especialmente a proposta de que a formação de recursos humanos deve ser orientada para a atenção às necessidades reais da saúde da população como um todo. De fato, essa proposição é embasada no valor do que se pretende transformar, ou seja, numa utopia de sociedades mais justas, com igualdades. Para que tais modificações ocorressem, seria necessária uma adequação dos recursos humanos às necessidades de saúde que a população busca em uma quimera (esperança irrealizável), que ansiava e que é necessária. Desta forma,saúde para todos é um novo desafio, e mais que um lema de significado escasso, constitui uma doutrina de ação expressa em três conceitos fundamentais: 1) conceito de equidade, a quimera e utopia que se deve perseguir apesar de tudo; 2) o conceito de eficiência/eficácia, porque não é justo que continue desperdiçando os recursos escassos de saúde que são disponibilizados enquanto se mantém uma parte importante da população privada de atenção e os custos sociais de elevam de forma extraordinária; 3) a ideia de que saúde para todos exige a participação não somente do pessoal de saúde mas também da própria população, as comunidades, os governos, as sociedades e nações, e que essa participação deve assumir uma dimensão intersetorial. Sendo assim, o autor prossegue no texto dizendo que a meta que é proposta pode se converter em realidade se for mantida a vontade firmada no compromisso adquirido, ainda que signifique crer, apesar da realidade, no destino do homem e em nossa capacidade de forjá-lo. A universidade, mais que qualquer outra instituição, deve ser o âmbito e o instrumento desse esforço e autocrítica: essa é a condição para que se possa converter em consciência crítica da sociedade no dinamismo de sua transformação^ipt.
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